Uso Rotineiro – Seleção de EPR

Conhecer informações precisas sobre as condições de riscos do ambiente em um trabalho rotineiro é fundamental para a escolha correta do EPR. Saiba mais sobre as 5 questões necessárias à esta tarefa.

Primeiramente, vamos definir o que é uso rotineiro no processo de seleção de um Equipamento de Proteção Respiratória (EPR). Um trabalho rotineiro não necessariamente é aquele que requer o uso do EPR durante toda a jornada diária, nem se repete todos os dias. Consideramos rotineiro aquele processo que seja previsível e se repete nas mesmas condições, ou seja, mesmos equipamentos, materiais, energias e atividades.

Esses processos rotineiros permitem ao Higienista obter informações mais precisas sobre os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos. Assim sendo, é possível que haja informações prévias sobre a exposição do trabalhador a esses riscos, isto é, antes do início das atividades.

O profissional encarregado em realizar a seleção do EPR mais adequado ao risco presente no ambiente de trabalho deve estar preocupado com as seguintes questões:

1. Existe potencial, durante a atividade laboral, para deficiência de oxigênio no ambiente? Estes casos serão tratados nas discussões sobre entradas em espaços confinados e emergências.

2. Os contaminantes atmosféricos são conhecidos?

3. Existem valores de LEO (Limites de Exposição Ocupacional) e valores de concentrações IPVS (Imediatamente Perigoso à Vida ou à Saúde) definidos para eles?

4. Qual é o estado físico desses contaminantes, se apresentam na forma de particulados, gasosos, ou uma mistura dos dois tipos?

Pode ainda ocorrer que o mesmo contaminante esteja presente nas duas formas, particulados e gasosos. Esses contaminantes recebem uma notação “FIV” (Fração Inalável e Vapor) na tabela dos valores de LEO, TLVs® (Limite de Tolerância) da ACGIH®.

5. As concentrações desses contaminantes na atmosfera são conhecidas e representam a efetiva exposição dos trabalhadores a esses contaminantes?

Uma vez respondidas estas questões, o profissional de SST está apto a realizar a seleção do EPR mais adequado ao risco existente no ambiente de trabalho onde haja atividades rotineiras. Para tal, é necessário seguir os “Procedimentos para Seleção de Respiradores”, capítulo 5 do livro PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA – Recomendações, seleção e uso de respiradores, da FUNDACENTRO.

Caso não existam informações sobre a natureza e a concentração dos contaminantes atmosféricos, siga o Anexo 5 do mesmo livro intitulado “Seleção de respiradores para uso rotineiro utilizando o método de bandas de controle”.

Restam ainda as três outras fases no processo de seleção, que são: Adequações à tarefa, ao Usuário, e ao Ambiente de trabalho. Para isso, precisamos conhecer com detalhes as tarefas realizadas pelo trabalhador. Algumas tarefas podem dificultar o uso de modelos específicos de EPR.

Por exemplo, se as tarefas forem exaustivas em ambientes quentes e o trabalhador utiliza o equipamento durante toda a jornada, EPRs do tipo peça facial inteira com filtros pesados, ou seja, que imponham dificuldade para inalação por terem altas resistência a respiração, não devem ser selecionados.

Há uma grande variedade de EPR para essas condições de trabalho, que incluem linha de ar comprimido com possibilidade de resfriamento do ar, respiradores motorizados ou, se o nível de exposição for seguramente abaixo de 10 vezes o LEO pode-se usar peças semifaciais filtrantes, respiradores descartáveis.

Necessário sempre considerar a adequação do EPR ao usuário. Citamos os casos de o trabalhador utilizar barbas ou possuir cicatrizes que não permitem uma boa selagem das peças faciais que requeiram vedação facial, um EPR do tipo linha de ar comprimido ou motorizado com capuz ou capacete, pode ser a solução.

Pode ocorrer casos da necessidade de uso de diferentes tipos de proteções individuais para a adequação aos riscos presentes no ambiente de trabalho. Um bom exemplo ocorre durante o processo de soldagem, nos quais o trabalhador necessita proteção contra radiações de luz, radiações ultravioleta, particulados e gasosos gerados no processo de soldagem. Há tipos específicos de EPRs que integram todas essas proteções.

Nos próximos artigos continuaremos tratando sobre o tema “Seleção de EPR” cobrindo os tópicos: Atmosferas IPVS, Espaços Confinados, Fuga e Emergências. Obrigado por seguir o PPR Descomplicado, o nosso canal e comunidade de profissionais de SST focados em “Proteção Respiratória e PPR”. Até a próxima semana e a mais um novo artigo.

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