A ABHO (Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais) irá disponibilizar, brevemente, a publicação contendo os valores de TLVs® e BEIs® da ACGIH® atualizada para o ano de 2024. Essa importante fonte de informação é a principal referência sobre Limites de Exposição Ocupacional e Índices Biológicos de Exposição no mundo.
E o que isso tem a ver com proteção respiratória?
Vocês já sabem qual é a resposta. Mas vamos explorar um pouco mais esse tema, sob o ponto de vista da Proteção Respiratória.
Uma informação importante trazida por essa publicação é o Limite de Exposição, o qual é a base para a seleção do respirador adequado para proteger o trabalhador do risco existente no ambiente laboral.
No processo de seleção, deve-se obter o Fator de Proteção Mínimo Requerido (FPMR), o qual é calculado de acordo com a seguinte equação:
FPMR = Concentação Média da Exposição / Limite de Exposição Ocupacional
Tanto a concentração, que representa a exposição, como o Limite de Exposição Ocupacional são definidos como Média Ponderada no Tempo. Portanto, o primeiro cuidado é assegurar que ambos sejam baseados no mesmo tempo de exposição. Ou seja, caso o trabalhador utilize o respirador por 8 horas seguidas, ou um tempo próximo a esse período, a concentração medida deve representar uma média do período de 8 horas e o TLV utilizado deve ser o TWA. Caso o período de exposição não ultrapasse 15 minutos, a medição da concentração deve ser representativa do período de 15 minutos e o limite de exposição usado deve ser o STEL. Se o contaminante tiver notação teto TLV-C, a medição da concentração deve ser feita no instante de maior exposição.
Lembrando que a partir do FPMR, a seleção do respirador é feita com base na tabela de Fatores de Proteção Atribuídos (FPA) publicada no livro da FUNDACENTRO. O FPA deve ser superior ao valor do FPMR calculado.
FPA > FPMR
Cuidado! Esse critério de seleção de respiradores considera apenas a rota de entrada via inalação. Não considera a entrada por outras vias, como a absorção pela pele. O livro dos TLVs apresenta uma designação “Pele”, na coluna Notações, para substâncias que possam ter significativa contribuição potencial da exposição por via cutânea. Nesses casos, o trabalhador deve utilizar roupas que cubram e protejam a pele contra essa via de entrada, além da proteção respiratória.
Outras informações constantes do livro da ACGIH podem ser utilizadas para a seleção de filtros dos respiradores. Muitas vezes, temos dúvidas sobre a forma como o material se apresenta na atmosfera, se na forma de particulados, como poeiras, fumos e névoas ou na forma de gases e vapores.
Aqui vão algumas dicas:
• Se o TLV for expresso em ppm, significa que o possível dano causado pelo agente está relacionado a inalação de gases ou vapores desse contaminante.
• Se o TLV estiver expresso em mg/m3 significa que o agente inalado deve estar na forma de particulados. Porém, se houver uma notação FIV sobrescrito no valor do TLV significa que o contaminante pode estar presente nas duas formas, particulados e vapores. Nesse caso deve ser selecionado filtros combinados para particulados e vapores.
• Outras informações podem ajudar na determinação da severidade da doença ocupacional decorrente da exposição ao agente encontrado. Essa informação está na última coluna, “Base do TLV”.
• O livro da ACGIH/ABHO contém ainda muitas informações sobre outros riscos, como agentes biológicos, agentes físicos e os Índices Biológicos de Exposição utilizados para controles da saúde do trabalhador expostos a agentes químicos.
Gostaram? Esperamos que sim! Na próxima semana publicaremos mais um caso de uso ou mal uso de respiradores.
Você tem alguma dúvida, pergunta sobre Proteção Respiratória?
Escreva para nós. Será um prazer responder e esclarecer.
Nos encontramos no próximo post. Até lá!
Maravilhosos esse artigos! Estou amando. Obrigada por compartilharem tanto conhecimento.