Sabemos da dificuldade de se realizar uma boa avaliação da exposição ocupacional. Por isso enfatizamos que a seleção, assim como a administração do uso de um EPR, requer o envolvimento de todos os profissionais responsáveis pelos processos desenvolvidos no local de trabalho.
Nos últimos artigos abordamos as quatro condições que devem ser consideradas no processo de seleção de um EPR (Equipamento de Proteção Respiratória):
1. Adequação ao risco;
2. Adequação às atividades;
3. Adequação ao trabalhador;
4. Adequação ao ambiente de trabalho.
Não basta considerarmos os riscos presentes no ambiente de trabalho, é necessário que as outras três condições sejam observadas e analisadas. As quatro condições são igualmente importantes.

A avalição do risco é o ponto de partida para esse processo e depende de atividades de um Higienista Ocupacional ou outro profissional de SST (Segurança e Saúde no Trabalho).
Se o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) estiver bem-feito, cumprindo os requisitos da NR-01, essa primeira fase será realizada com muita facilidade, uma vez que para a gradação do risco é necessário se conhecer as concentrações dos agentes químicos presentes, seus respectivos Limites de Exposição Ocupacional (LEO) e as possíveis consequências resultantes da exposição perigosa do trabalhador.
A probabilidade da ocorrência da doença pode ser calculada através da relação entre o valor de concentração do agente que represente adequadamente a exposição do trabalhador em relação ao limite de exposição ocupacional aplicável.

O resultado do cálculo dessa relação, ou seja a concentração dividida pelo LEO, é o valor do Fator de Proteção Mínimo Requerido (FPMR), que deve ser usado para a seleção do EPR mais adequado ao risco.
A probabilidade ou possibilidade de ocorrência da doença depende da resposta do organismo de cada trabalhador exposto ao perigo da substância.
Cada trabalhador possui características individuais que influenciam essa resposta; para a mesma exposição, alguns podem não desenvolver efeitos adversos, enquanto outros podem adoecer.

Para garantir maior segurança à saúde, as medidas preventivas mais restritivas devem ser efetivamente aplicadas.
As outras condições devem ser adequadamente avaliadas pelo administrador do Programa de Proteção Respiratória (PPR), ou outro profissional indicado por ele.
Sabemos da dificuldade de se realizar uma boa avaliação da exposição ocupacional, no entanto as outras condições requerem observações detalhadas das atividades, tarefas, operações e comportamento do trabalhador.

Por isso enfatizamos que a seleção, assim como a administração do uso de um EPR, requer o envolvimento de todos os profissionais responsáveis pelos processos desenvolvidos no local de trabalho. Isso inclui:

- materiais manipulados ou manuseados;
- energias utilizadas ou geradas;
- equipamentos de produção e de controle do processo existentes e;
- as atividades dos trabalhadores.
Essa análise deve incluir as operações rotineiras de manutenção, emergências e quaisquer outras atividades que requeiram o uso de um EPR. Assim sendo, nos próximos artigos, vamos abordar o processo de seleção de EPR considerando cinco cenários diferentes:
1. Uso rotineiro;
2. Atmosferas IPVS;
3. Espaços confinados;
4. Fuga e;
5. Emergências.
O tema da próxima semana será Seleção de EPRs para Operações Rotineiras. Obrigado por nos acompanhar, ler e compartilhar os nossos artigos. Até breve!

