Respirador adequado à exposição a agentes químicos é aquele que reduz a exposição do usuário a valores abaixo dos valores considerados aceitáveis, como, por exemplo, o Limite de Exposição Ocupacional (LEO).PPR FUNDACENTRO
Exposições rotineiras podem ser previsíveis e ocorrerem de forma contínua ou podem ocorrer em intervalos regulares durante a jornada de trabalho. Alguns processos exigem que o trabalhador permaneça constantemente ou sempre diante do equipamento, como em uma madeireira, durante a atividade de aplainar ou cortar chapas de madeira em plaina ou serra circular. Nessas operações, a inalação de poeira de madeira gerada pode prejudicar o sistema respiratório do trabalhador.

Na indústria química, trabalhadores são expostos geralmente apenas durante atividades específicas como operações de carga, descarga do misturador ou reator, assim como em coleta de amostras para controle do processo. Destacamos que o processo de mistura realizado em equipamentos fechados não produz emissões atmosféricas, o que reduz a exposição dos trabalhadores.
As atividades diárias de carga, descarga e amostragem são procedimentos rotineiros, entretanto apresentam variações quanto ao tempo e concentração do contaminante durante a exposição. A seguir, algumas sugestões para efetuar a avaliação de exposições rotineiras de trabalhadores em diferentes cenários:
- Exposições contínuas e estáveis podem ser avaliadas por meio de amostragens no ambiente de trabalho. Não é necessário amostrar durante toda a jornada, pois amostragens parciais podem ser representativas da exposição diária. Os resultados das concentrações devem ser expressos como médias ponderadas de 8 horas e comparados aos valores de Limite de Exposição Ocupacional do tipo TLV/TWA.
- Exposições curtas e variadas devem ser avaliadas durante o período que o trabalhador permaneça e as exponha ao risco. Para exposições inferiores a 15 minutos, os resultados devem ser comparados com os valores TLV/STEL.
- Exposições curtas que se repetem mais de 4 vezes durante a jornada devem ser avaliadas de forma independente. Os resultados devem ser consolidados e normalizados para uma jornada de 8 horas.

Os resultados das avaliações devem ser comparados com os valores de LEO aplicáveis para cada tipo de exposição, dividindo o valor da concentração pelo valor do LEO. O valor resultante desse cálculo é denominado FPMR – Fator de Proteção Mínimo Requerido.
As variações de concentrações das exposições contínuas podem variar intradia e entre os dias de trabalho. A real exposição de um trabalhador a um agente químico presente em um ambiente de trabalho nunca será conhecida. Um higienista ocupacional usa métodos analíticos e ferramentas estatísticas para definir um valor de concentração que represente essa exposição de forma conservadora e segura para o trabalhador.
A AIHA (Associação Norte Americana de Higienistas Industriais) define que um valor seguro para representar a exposição do trabalhador a um agente químico presente no ambiente de trabalho é aquele que não seja superado por 95% das exposições prováveis (percentil 95).
Existem várias ferramentas que podem ser utilizadas para se fazer esse cálculo. Porém, todas elas dependem do número de amostras coletadas. Quanto maior for o número de amostras, o valor de concentração obtido pela ferramenta utilizada estará mais próximo do valor real.
Outro benefício de se fazer várias amostragens em diferentes dias e condições de trabalho é o fato de se conhecer, com mais precisão, como ocorre a variação das exposições diárias dos trabalhadores. Isso ainda impacta no valor do percentil 95, o qual tem uma tendência de variar para baixo em razão do maior número de dados.

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