A capacitação dos funcionários em temas relacionados a prevenção e controle de doenças ocupacionais e lesões decorrentes de acidentes no trabalho é um ponto fundamental no trabalho dos profissionais de segurança e saúde. Sempre ressaltamos a necessidade do envolvimento de todos nesse tema. Há vários trabalhos desenvolvidos com o objetivo de incorporar a segurança e saúde do trabalhador na cultura da empresa. O treinamento é parte de um processo educacional para se atingir esse objetivo.
O caso de hoje se deu em uma indústria siderúrgica de grande porte.
Uma consultoria foi contratada para treinar os trabalhadores no uso de proteção respiratória. O profissional encarregado desse trabalho, muito experiente, solicitou que os treinamentos incluíssem encarregados, supervisores, toda a liderança da fábrica e algumas áreas de staff, como compras e engenharia. A alegação para essa solicitação está baseada nos requisitos do documento da FUNDACENTRO – Programa de Proteção Respiratória recomendações para seleção e uso de respiradores.
Para alguns supervisores, os treinamentos deveriam se concentrar em questões relacionadas aos cuidados e uso de respiradores, e que isso era parte das responsabilidades dos usuários do equipamento, apenas. Relataram que supervisores e líderes têm outras atribuições e não teriam tempo para se dedicar a esse tema.
O profissional responsável durante o treinamento mostrou a importância dos supervisores e líderes no adequado desenvolvimento do PPR. Eles são responsáveis por garantir que os operadores estejam utilizando os equipamentos apropriados aos riscos existentes, que utilizam corretamente durante todo o tempo de exposição a esses riscos, fazem limpeza e manutenção regulares e são submetidos a exames médicos e ensaios de vedação. Nem todos estavam convictos dessas responsabilidades, mas assistiram todo o treinamento.
Após terem sido treinados, dois supervisores agradeceram o treinador e disseram que iriam sugerir um programa dedicado a monitoramento do uso de respiradores na empresa. O profissional da consultoria apoiou a ideia e disse que gostaria de ver o funcionamento do programa em uma próxima visita.
Seis meses se passaram até que a consultoria foi novamente contratada pela empresa. Dessa vez, para realizar ensaios de vedação facial nos respiradores utilizados pelos operadores, supervisores e líderes de produção.
Para a sua grata surpresa, ele notou que havia vários cartazes espalhados pela empresa com dizeres do tipo: “NÃO ESQUEÇA DE SE PROTEGER, USE MÁSCARAS!” ou “PENSE EM SUA FAMÍLIA, PROTEJA-SE!”. Havia cartazes afixados, inclusive, nos espelhos dos banheiros. O consultor fez comentários sobre a mudança que estava percebendo desde a última visita, questionou os trabalhadores e ficou sabendo que esses cartazes faziam parte de um programa de monitoramento de uso de respiradores.
No setor trabalhavam 36 funcionários que utilizavam máscaras regularmente, todos os dias. Foi criada uma agenda na qual cada dia um dos funcionários era responsável por fazer fiscalização no uso de máscaras. Esse trabalho consistia em verificar se todos estavam utilizando o equipamento de forma correta, se faziam as limpezas e manutenção regulares etc. Caso encontrasse qualquer irregularidade, deveria chamar a atenção sobre os riscos do uso incorreto do equipamento. Ao final do mês, o “fiscal” que tivesse o melhor desempenho, de acordo com os próprios colegas de trabalho, ganhava uma folga extra para ficar em casa e dedicar seu tempo com a família ou lazer.
Esse trabalho resultou em um grande sucesso e foi possível notar que até mesmo os ensaios de vedação tiveram resultados superiores ao verificado no ano anterior.
Você tem um caso interessante e exemplar de Proteção Respiratória? Conta pra gente!