Atmosferas IPVS – Seleção de EPR

Ambientes de trabalho nos quais o contaminante, a sua toxicidade ou a sua concentração são desconhecidas, são consideradas IPVS. Estas situações requerem EPRs especiais para garantir a proteção à saúde do trabalhador. Saiba mais neste artigo.

Para atmosferas IPVS (Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde) deve-se utilizar máscaras autônomas operando em demanda com pressão positiva. Nesse tipo de EPR (Equipamento de Proteção Respiratória) a pressão no interior da peça facial mantém-se positiva durante as fases de inalação e exalação, ou seja, durante todo o tempo de uso.

Essa pressurização interna da peça facial diminui a possibilidade de entrada de ar contaminado pela deficiência de vedação. Considerando que o ar do cilindro também vem de uma fonte segura, o usuário desse tipo de EPR está seguramente protegido, mesmo em atmosferas consideradas IPVS ou de perigo desconhecido.

Existem várias dificuldades para uso de uma máscara autônoma, entre elas destacamos o peso excessivo, o incômodo e a necessidade de troca de cilindros em curto espaço de tempo. Como alternativa para o uso de máscara autônoma em atmosferas IPVS, pode-se utilizar respirador de linha de ar comprimido operando em demanda com pressão positiva e cilindro auxiliar.

Esse tipo de EPR possibilita o uso por períodos mais extensos em comparação com a máscara autônoma tradicional, pois fica conectado a uma linha de ar comprimido que supre o ar necessário ao trabalhador.

Alguns cuidados devem ser tomados no uso deste tipo de equipamento, pois o trabalhador tem a sua mobilidade reduzida e a fonte de ar deve ser limpa e livre de qualquer contaminação atmosférica. Assim sendo, não pode ser utilizado em emergências ou outras situações nas quais o local onde está instalado o compressor possa estar sujeito a contaminação.

Segundo o documento PPR da FUNDACENTRO, Programa de Proteção Respiratória – Recomendações, seleção e uso de respiradores, deve-se também considerar IPVS aquelas situações nas quais o contaminante, sua toxicidade ou sua concentração são desconhecidas.

O contaminante e sua toxicidade devem ser identificados durante a identificação do perigo, primeira fase do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) da empresa. Quanto ao conhecimento da concentração do contaminante atmosférico, também necessário para a avaliação do risco, muitas vezes é desconhecida. O documento PPR da FUNDACENTRO permite que a concentração seja estimada.

No Anexo 5 do referido documento, há informações sobre como selecionar um EPR para uso rotineiro utilizando o método de Bandas de Controle. Há algumas limitações para o uso dessa metodologia.

1. Ela só pode ser utilizada para seleção de EPR para uso rotineiro. As situações IPVS podem ocorrer, com mais probabilidade, em trabalhos não rotineiros e emergências.
2. É necessário que se conheça quais contaminantes estão presentes na atmosfera de trabalho.
3. É necessário que o profissional que está fazendo essa seleção tenha em mãos a FDS (Ficha de Dados de Segurança) dos agentes químicos presentes.

Na próxima semana abordaremos o tema Seleção de EPR para Espaços Confinados. Até lá!

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