Adequação do Respirador à Exposição

Conforme o estabelecido no item 4.3 – Avaliação da adequação do respirador à exposição, do documento Programa de Proteção Respiratória: Recomendações, seleção e uso de respiradores (PPR) da FUNDACENTRO, temos: Respirador adequado à exposição a agentes químicos é aquele que reduz a exposição do usuário a valores abaixo dos valores considerados aceitáveis, como, por exemplo, o Limite de Exposição Ocupacional (LEO).

O respirador, ou Equipamento de Proteção Respiratória (EPR), é utilizado para proteger o trabalhador dos agentes nocivos presentes, ou seja, dispersos no ar, que podem causar doenças respiratórias e, além disso, afetar outros órgãos alvo.

Avaliar a exposição do trabalhador, ou seja, analisar e quantificar as substâncias presentes no ar do ambiente, que podem ser inaladas por um indivíduo, é essencial para selecionar o EPR adequado ao risco presente no ambiente de trabalho.

A exposição pode ocorrer em diversas circunstâncias, abrangendo tanto atividades rotineiras quanto situações de emergência. Assim, é importante identificar as possíveis fontes de emissão e analisar as atividades desempenhadas pelo trabalhador. Cada situação de trabalho, com o seu risco específico, pode exigir tipos diferentes de proteção respiratória.

O EPR não elimina completamente a exposição do trabalhador ao agente químico, mas proporciona uma redução significativa de sua concentração. Essa diminuição da concentração do agente químico no interior do EPR, quando bem adaptado à face do trabalhador, deve garantir que a concentração do agente nocivo na sua zona respiratória permaneça abaixo do Limite de Exposição Ocupacional (LEO).

Aspecto relevante: É preciso conhecer as concentrações dos agentes nocivos no ambiente de trabalho e os valores de LEO correspondentes ao tempo de exposição.

Com essas informações, divida essa concentração pelo LEO para obter o Fator de Proteção Mínimo Requerido (FPMR). O FPMR serve para escolher o tipo de EPR ideal para proteção, evitando uma exposição perigosa do trabalhador ao agente químico.

Tendo o valor do FPMR, é necessário compará-lo com o Fator de Proteção Atribuído (FPA) aplicado ao EPR. O FPA de cada tipo e classe de EPR está disponível em tabela no PPR da FUNDACENTRO. Os valores de FPA estão classificados conforme o tipo de cobertura facial e o modo de fornecimento do ar, seja por pressão negativa ou positiva.

Em geral, os meios filtrantes usados em EPRs filtrantes não alteram o FPA. A exceção acontece para os filtros P1 ou PFF1 em peças semifaciais filtrantes, que reduzem o FPA de 10 para 5.

O EPR também pode ser selecionado pelo método de bandas de controle, apresentado no anexo 5 do documento da FUNDACENTRO, baseado no instrumento on-line “COSHH Essentials” desenvolvido pelo HSE (Health and Safety Executive) do Reino Unido para auxiliar as empresas no cumprimento da regulamentação sobre o Controle de Substâncias Perigosas à Saúde (COSHH – Control of Substances Hazardous to Health). 

Consideração importante: Quando as concentrações ambientais do agente químico são desconhecidas, o PPR da FUNDACENTRO recomenda o uso de máscaras autônomas.

As máscaras autônomas apresentam restrições como uso difícil, desconforto para quem tem claustrofobia e tempo de utilização limitado pelo cilindro de ar comprimido. Esse tipo de EPR deve ser usado apenas em emergências.

Esperamos que tenha gostado desse conteúdo. Nas próximas semanas vamos abordar os diferentes tipos de exposição de trabalhadores a agentes químicos: exposições rotineiras, trabalhos de manutenção e reparos, entrada em espaços confinados e emergências.

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