A importância da participação do setor de Suprimentos e Compras nos treinamentos de Proteção Respiratória.
O caso de hoje refere-se a relatos que chegam com muita frequência ao nosso conhecimento. Este aconteceu em uma empresa na qual a Proteção Respiratória estava sob controle. Tudo dando certo, conforme a Portaria 672 de 8 de novembro de 2021. Boa aceitação de respiradores por parte dos usuários, verificação e ensaios de vedação realizados, exames médicos, monitoramento de uso, procedimentos para seleção, guarda, manutenção e limpeza dos respiradores seguidos de acordo com o programa estabelecido e implantado. Resumindo, a empresa estava fazendo tudo aquilo que está escrito no PPR da FUNDACENTRO.
Os responsáveis pela aquisição de EPRs (Equipamentos de Proteção Respiratória) são frequentemente abordados por novos fornecedores desses EPIs. Muitas vezes, com propostas vantajosas para a empresa. Com isso, o setor de Compras sugere a troca dos equipamentos utilizados por equipamentos de menor custo de aquisição. Afinal, essa é a missão desse setor, conseguir melhores preços e condições de pagamento, atendendo as especificações definidas pelo cliente interno.
Porém, por serem equipamentos de uso individual, há vários requisitos normativos que se aplicam a esses equipamentos. Para a seleção do respirador adequado ao uso, deve-se verificar sua adequação ao risco, à tarefa, ao ambiente de trabalho e ao usuário. Isso compreende várias atividades realizadas por profissionais de Segurança e Saúde (SST), supervisores e outros envolvidos com o Programa de Proteção Respiratória (PPR). O administrador do programa é a primeira pessoa a ser consultada, antes da realização dessa troca de produtos.
Abaixo, estão alguns requisitos que devem ser atendidos, antes de entregar o EPR para teste e uso pelo trabalhador:
- Verificar se o EPR atende as necessidades de proteção aos riscos existentes no ambiente de trabalho, tanto da peça facial como dos filtros utilizados.
- Verificar a qualidade dos produtos oferecidos, tanto nos aspectos das amostras fornecidas, como na consistência de qualidade dos produtos que serão entregues. Os EPRs possuem Certificados de Aprovação (CA) emitidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No processo de certificação, alguns itens de qualidade são checados.
- Verificar se o fornecedor possui uma assistência técnica que possa ser chamada em caso de falhas no produto e forneça instruções de uso, colocação, limpeza e manutenção dos respiradores.
- Verificar se o EPR é compatível com o uso de outros EPIs.
- Comunicar ao setor de Medicina do Trabalho para que o médico avalie se aquele novo modelo de respirador pode ser utilizado pelos trabalhadores.
- Verificar se a peça facial veda adequadamente na face do usuário.
- Verificar a aceitabilidade do produto pelo usuário, em termos de conforto e adequação a tarefa realizada. Alguns itens a serem verificados são: campo de visão, facilidade de comunicação enquanto utiliza o respirador, dificuldade ou facilidade de respirar através do meio filtrante, posição e ajustes dos tirantes, entre outros.
Pode ainda haver alguma necessidade específica de algum setor, a qual deve ser levada em consideração.
Nem sempre os responsáveis por essas tarefas estão disponíveis para realizá-las dentro da expectativa de prazo colocada pelo setor de Compras. Além disso, algumas dessas atividades pode ter um custo muito alto, como é o caso dos ensaios de vedação, os quais podem ser qualitativos ou quantitativos. Os ensaios quantitativos podem ter um alto custo para empresa, dependendo do número de trabalhadores que utilizam respiradores.
O documento da FUNDACENTRO, que trata do PPR, exige a participação dos setores de Compras e responsáveis pela entrega dos equipamentos para os trabalhadores. Eles devem receber treinamentos e ter conhecimentos sobre os respiradores utilizados na empresa.
Alguma dúvida ou sugestão de tópico sobre PPR? Envie para nós. Até o próximo artigo!