Muito se fala nos dias de hoje sobre grau de risco. Há um requisito normativo, estabelecido na NR-01, que exige a gradação do risco para todas as atividades que exponham o trabalhador a atividades perigosas.
O grau de risco para exposição a inalação de agentes químicos presentes no ambiente de trabalho está relacionado com a probabilidade e a gravidade das doenças decorrentes dessa exposição. A probabilidade é intimamente conectada com o nível de exposição do trabalhador ao agente nocivo. O nível de exposição deve ser medido através da concentração que representa a exposição e o limite de exposição ocupacional aplicável.
Se recorrermos ao artigo “Entendendo os Três Fatores na Proteção Respiratória” (artigo de 19/jan.), vamos ver que o FPMR – Fator de Proteção Mínimo Requerido é calculado dividindo a concentração da exposição pelo limite de exposição, ou seja, é exatamente igual ao conceito de probabilidade na gradação do risco. Quando maior o FPMR, maior será a probabilidade de ocorrência do dano.
Do outro lado dessa matriz está a gravidade. Ou seja, o que de pior pode ocorrer ao trabalhador exposto ao agente nocivo, sem controle da exposição e sem controle médico para prevenir o desenvolvimento da doença. Quanto mais grave e irreversível for esse dano, maior é a gravidade.
Dito isso, como atua o protetor respiratório na matriz de gradação do risco?
É evidente que nada contribui para diminuir a gravidade do dano ou doença ocupacional. Ele atua na probabilidade. Para seleção de um EPR, nós comparamos o FPMR com o Fator de Proteção Atribuído (FPA). O EPR selecionado deve ter um FPA maior que o FPMR. Com isso, se espera que ele irá amenizar a exposição do trabalhador ao agente nocivo e diminuir a probabilidade de ocorrência da doença ocupacional.
Porém, CUIDADO! Estamos falando de probabilidade. O uso de um equipamento de proteção respiratória não evita a doença, ele diminui a probabilidade da ocorrência. A probabilidade é menor, quanto mais eficaz for o EPR.
Entramos aí em outro ponto de atenção.
Como avaliar a eficácia de um EPR?
A eficácia do EPR está 100% relacionada com a qualidade do Programa de Proteção Respiratória implementado. Um bom programa, que contemple critérios bem definidos, elaborados e efetivos para seleção de respiradores, com todos os requisitos como: avaliação adequada da exposição, avaliação da vedação facial etc.; manutenção, incluindo limpeza, higienização, guarda etc.; monitoramento de uso, como: verificação diária da vedação, ensaio de vedação realizado anualmente, política de barbas para evitar que trabalhadores com pelos faciais utilizem respiradores que requeiram vedação facial, entre outros.
Portanto, quando for fazer a gradação de um risco que esteja controlado por uso de um EPR, avalie a qualidade de seu PPR para assegurar que a probabilidade de ocorrência da doença esteja efetivamente controlada e possa ser graduada de forma correta.
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